Daquela instrução eu não queria participar. Era por demais constrangedora e poderia acontecer de tudo. A audiência já havia sido adiada por diversas vezes. A reclamante, parece, não batia muito bem das idéias. Estava interditada.
Mas naquele dia não seria adiada. Todos sabiam. E me preparei, dentro do possível.
A reclamante, todos sabiam, tinha um caso com o dono da empresa.
Ela pressentia que poderia ser demitida a qualquer momento. Segundo o relato dos mais antigos na empresa, ela teria se "atirado" de uma escadaria e se quebrado toda. Taí, dessa forma estava assegurado o emprego.
Voltando ao dia da instrução: o empresário já havia falecido e a reclamante não respondia por si (provavelmente fruto do "mergulho" da escadaria) e estava acompanhada por uma parente sua.
O juiz começa a fazer perguntas e ela responde conforme o seu interesse. Não parecia estar "fora da casinha" naquele momento.
Chega a minha vez. O juiz pergunta: se a reclamante tinha relações íntimas com o empresário falecido? Ao que eu respondo: sim, eles eram amantes!
A reclamante quase teve um chilique na mesa. Sua acompanhante teve que segurá-la e acalmá-la. Naquela hora acho que enlouqueceu de vez.
Até hoje não sei o resultado da sentença. Sai antes.
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