sábado, 1 de maio de 2010

RH, no sentido amplo

          Todo mundo sabe que o RH tem uma importância grande nas empresas e cada vez mais participa das estratégias e caminhos que a corporação deve seguir.
          Muitas vezes, no dia-a-dia, o RH se vê numa "sinuca de bico" e é nestas horas que entra o quesito "criatividade".
          Esta semana, o setor da Produção da fábrica teve que "esticar" o expediente por mais uma hora, ao final do dia. Tudo providenciado: ônibus, van, lanches para os que estudam à noite, mas... E como ficam as mães que tem filhos nas creches??? As creches encerram o expediente antes e as mães não poderiam ficar, o que seria um problema para o seguimento normal do trabalho: se falta um, atrapalha a produção do dia e se faltam mais, então...
          Algumas mães deram um jeito com familiares, que iriam buscar as crianças, mas ainda havia quatro mães que não teriam como resolver o problema.
          Mas o RH resolve: deixa, que nós cuidaremos das crianças. Locamos uma van e fomos buscar as crianças nas creches e as trouxemos para a empresa, onde cuidamos delas, nos quatro dias de trabalho prolongado.
          Elas ficaram na sala do RH mesmo, desenhando e pintando, tomando um lanchinho e mexendo nos computadores. Adoraram. Tinham entre 4 e 5 anos. Para nós do RH, uma experiência incrível.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Cuidado com as referências de ex-empregado

          Quem atua na área de RH, ou nem precisa atuar, sabe que é comum  ligarem de outras empresas pedindo informações sobre ex-empregado, que lá está, concorrendo a uma vaga. É óbvio, ninguém quer contratar um "problema". Também não quer dizer que as informações dão certeza de que o candidato será um exemplo de bom empregado. O tempo dirá, e a necessidade de "fazer dinheiro" também.
           Pois, voltando alguns anos, toca o telefone, atendo: - "alô, eu gostaria de algumas informações sobre o Espertanildo (o nome é fictício). Como ele foi aí, na sua empresa?". 
          Aquela voz me soou familiar. Pois não é que era o próprio Espertanildo ligando. No mínimo não estava conseguindo novo emprego (mas com certeza pelo péssimo tipo de empregado que estava estampado em sua cara e não por nenhum outro motivo) e achou que eu estava dando más informações para as empresas.
          Não tive dúvidas: - "não, sempre foi um ótimo empregado, e blá, blá, blá...".
          É que tem o tal de "danos morais", por isso devemos sempre dizer que o cara era um exemplo (mesmo que tenha sido um exemplo de inutilidade).

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sumaríssimas!

1) Certa vez, em Novo Hamburgo,  um reclamante "surtou" quando ficou sabendo que a juiza tinha sentenciado como improcedente a sua ação (claro, nem ele acreditou - isso é como um cometa bater na Terra: um em cada 10 mil anos). Bom, o "injustiçado" não teve dúvidas e numa bela tarde invadiu a sala de audiências, pegou o computador e jogou na cabeça da auxiliar, pensando que ela fosse a juiza (naquele dia foi um juiz). O cara saiu preso.
2) Essa parece que aconteceu em Sapiranga. Naquele dia a juiza saiu do banheiro e não viu que o vestido ficou meio preso na calcinha (atrás e com tudo aparecendo). Passou pelo corredor e todos de boca aberta... até que uma advogada saiu correndo para avisá-la.
3) Conhecida advogada em Novo Hamburgo, depois que eu saí da sala, com minha advogada, para discutirmos uma possibilidade de acordo, esbravejava aos quatro cantos (e com raiva): - por que essa empresa cobra tão caro pelos sapatos? Por que faz uns sapatos tão caros? Poderiam pagar esse pessoal de reclamatórias, onde já se viu? (Estávamos discutindo possível subsidiariedade, visto que éramos a 2ª reclamada). Pergunto: que culpa eu ou minha empresa temos, se ela só consegue comprar chinelinho de dedo???

quarta-feira, 24 de março de 2010

Sem querer, deu a definição certa

          Um dia destes tivemos um revés de um atelier no interior, mais precisamente no Vale do Taquari. Nos mandamos para lá, eu e meu fiel escudeiro, Técnico em Segurança, para tentar negociar um acordo com aquele pessoal todo (era um punhado de pessoas reclamantes).
          Chegamos para conversar com o procurador dos reclamantes e com a presidente do sindicato da categoria. Como toda a cidade do interior que se preza, a reunião foi feita na sede da Prefeitura Municipal. Convidamos também um ex-empregado, que estava por ali, de bobeira. Éramos entre cinco.
          Conversa vai, conversa vem, aumenta aqui, diminui ali. Entra na sala o vice-prefeito e se senta, para também saber o que estava "rolando".
          Após uma hora de negociação, ligamos para o diretor, que autorizou e  fechamos o acordo. Faltava acertar o percentual da AJ, quando o vice-prefeito largou essa: - "... mas quem é esse agiota que vocês também tem de pagar?".

terça-feira, 16 de março de 2010

Qual das partes tem o "Poder" II?

          Só para comprovar a minha tese abaixo, vou relatar o que aconteceu após uma audiência, na semana passada. Vocês sabem que, a algum tempo já, a moda é entrar com reclamatória ainda trabalhando na empresa. Sim, isso mesmo, para quem não sabia. O pessoal, quando chega a completar um ano de empresa, começa aquela "coceirinha" para "botar" a mão na grana do FGTS e usufruir das benesses do governo, o bendito ou maldito seguro-desemprego. Aí o que acontece? Começam a faltar, a se negar a executar as tarefas solicitadas e outras "tramóias" mais, para ver se a empresa faz a "gentileza" de lhes proporcionar os direitos que eles tanto tem direito.
          Gente, vocês não acreditam, mas isso acontece diariamente, não é nem um, nem dois, é uma turma cada vez. E como não tem moleza para estes aproveitadores, o que eles fazem? Entram com reclamatória trabalhando: - assim eles vão me "botar" pra rua!
          Ainda assim não tem moleza pra eles. E tem uma tal "Estrela da Manhã" (é a tradução do nome alemão dela) na empresa onde trabalho, que já está com a ação a um ano tramitando e ela ainda não conseguiu o seu intento. Ainda continua empregada, cumprindo as regras como todos os outros. Já tomou advertências por faltas e por se negar a trabalhar, mas continua empregada.
          Semana passada aconteceu a audiência de instrução. Na ação reclama "perseguição" e "maus tratos" e pede dano moral, etc... Levei uma testemunha, que também ainda trabalha, para contra-provar que ela nunca sofreu qualquer tipo de perseguição e nem retaliação. Ela não conseguiu ninguém (um destes milagres que acontecem um a cada...) e, por conseguinte, não provou nada.
          No outro dia começou a demonstração do PODER dentro da fábrica: teve um colega que falou para a testemunha da empresa: - tua batata tá assando... Outro perguntou para ela: - quanto a empresa te pagou para ir lá? E a própria reclamante intimou a testemunha: tu não tem medo de apanhar lá fora?
          Então eu pergunto: QUEM TEM O PODER? QUEM DÁ O PODER? QUEM FAZ PROLIFERAR ESTE PODER?
          Vocês que respondam...

sábado, 13 de março de 2010

Sumaríssimas!

- a rede de farmácias Drogasil, do Rio de Janeiro, foi condenada a pagar 7 mil reais de indenização a um cliente por ter enviado ao mesmo um cartão personalizado, com os dizeres: "Alexandre, você é um gay". Acontece que ao comprar um medicamento, foi-lhe oferecido um cartão, para desconto em compras futuras, mas ao preencher o cadastro teria discutido com o atendente. Na ação disse que foi motivo de zombaria no prédio onde mora, pois até no envelope tinha esta inscrição.

- no Reino Unido os detentos estão cobrando uma indenização do governo, de cerca de 1,4 milhão de reais, por terem comido sanduíches contaminados com salmonella. O governo já está tentando um acordo "por fora", porque lá sabe como é: é só pedir que o juíz dá.

domingo, 7 de março de 2010

Qual das partes tem o "Poder"?

        Reina, na Justiça do Trabalho, que é a minha área, uma máxima, amplamente difundida entre todos os envolvidos, juizes, advogados, peritos, réus e autores, que é a seguinte: "Quem tem o poder na relação Empregador x Empregado é sempre o Empregador!".
        Claro, todos sabemos que tem empresários que se aproveitam da situação e "tiram o couro" de seus empregados, negam direitos, não pagam salários, humilham, etc... Estes são os maus empresários, que merecem pagar caro por tudo que suprimiram...
        Mas a outra parte, que cumpre com a legislação, gera empregos, diretos e indiretos, paga salários, dá uma série de vantagens, ajuda seus empregados, muitas vezes fazendo a parte de "pai e mãe" de muitos, mas de muitos, que passam as mais sérias dificuldades pessoais, suas e de sua família, porque o "Sr. Governo" não faz a sua parte, esta parte é jogada na mesma vala comum do mau empresário.
        E é esta parte, que paga o que deve pagar e muito mais, quando se depara com uma demanda na vara do trabalho, passa a ser a "parte mais fraca". Explico: o reclamante consegue quantas testemunhas quiser (e para mentir à "torto e direito") e o reclamado não consegue testemunha. Porque? Porque elas tem medo, não gostam e se sentem ameaçadas (sim, tem ameaças de colegas, tanto de fora como de dentro da empresa).
        E aí, quem tem o Poder?
       

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Advogado do RTE "rouba" minha testemunha

     Quem é preposto sabe: tem dias em que se fica nervoso já na véspera. E esta audiência foi um destes casos. Era uma instrução, onde a prova seria difícil (sim, difícil para a empresa, porque para o reclamante sempre é fácil: traz qualquer um, paga um "troco" e o "vivente" conta tudo, todas as "verdades"), mas consegui uma testemunha (raro, porque eles sempre tem medo de retaliações dos reclamantes - claro, eles se conhecem, principalmente quando a cidade é pequena).
     Naquela tarde, me fui, nervoso, mas seguro. Chegando lá, a testemunha, por mim convidada, me aguardava. Sentamos no saguão de espera. O reclamante também lá já estava, sentando com uma moça. - Deve ser sua testemunha, pensei. Quando se beijaram, vi que era outra coisa. Ele estava sem prova.
     Fiquei tranquilo, pensando que poderia acabar ali e que nem fosse necessário ouvir minha testemunha.
     Sai o pregão, entramos. Passadas as formalidades iniciais, o advogado do reclamante quiz me ouvir. Pensei: "mas que m...". Mas estava tranquilo. Respondi tudo na "tampinha", sem dar chances. O reclamante também foi ouvido.
     Bom, agora é só ouvir nossa testemunha e tá acabado, imaginei.
     Mas como o reclamante estava na ordem para ouvir, o Juiz perguntou sobre testemunha e, para surpresa minha, o advogado disse que tinha alguém para ouvir. - Será que chegou alguém após a nossa entrada na sala de audiências?
     Quando o Juiz perguntou o nome da testemunha e o procurador respondeu que era Pedro (nome fictício), eu "gelei" e senti toda a maldade e falta de ética. Alguns diriam "esperteza".
     Eu e a advogada que me acompanhava ficamos "congelados" por um momento, mas já que a situação era essa, vamos enfrentá-la...
     Começam as perguntas. A testemunha responde tudo na "bucha". As respostas correspondiam ao que eu havia declarado ao Juiz, quando da minha oitiva. O "digitador de ata" chegou a perguntar ao Juiz: - Excelência, é mesmo testemunha do reclamante? - Sim, sim, respondeu o Juiz, meio desconfiado.
     Segue-se o "bombardeio" de perguntas. Aí o Juiz não se conteve: - É mesmo sua testemunha Dr.?
     Estava ficando constrangedor para o procurador da outra parte. Eu tive que me conter, para não cair em gargalhada.
     Após terminado a "chuva" de perguntas, o Juiz passa a palavra à minha procuradora. Ela olha para mim: - tens alguma pergunta? Eu respondi: - não! Olhou para o Juiz: - sem mais perguntas Excelência.
     Todos saíram quietos da sala. Cada um com o seu silêncio (silêncios diferentes, é claro).
     A sentença não saiu ainda, mas estou tranquilo, muito tranquilo.
    

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Danos morais???

     Estávamos sentados à mesa de audiência, eu, representando a 2ª reclamada e, representando a 1ª reclamada, compareceu a sócia e dona da empresa, desacompanhada de advogado. Bastou, para a sede de mostrar todo o seu poder vir à tona.
     Não seria possível um acordo porque  a outra parte se aproveitou da fragilidade da 1ª reclamada e pediu um valor absurdo. O juiz  falou à sócia que seria bom fazer o acordo porque caso contrário iria para a perícia e ainda teria o custo com o perito, saindo muito mais caro.
     Insistiu, perguntando se queria conciliar o adicional de insalubridade, ao que a senhora respondeu que não sabia, que não sabia nada desta insalubridade (era uma senhora de uns 50 anos, pacata e que realmente não sabia do que se estava falando).
     O juiz quase veio por cima da mesa, aos gritos, dizendo "que ela estava se fazendo de coitada agora", "que era sempre a mesma ladainha dos empresários", "que ela, como empresária deveria saber do que se estava falando".
     A coitada, aos prantos, ficou calada, não conseguiu falar nada e a perícia foi marcada.
     O juiz, satisfeito, encerrou a audiência.
     Eu, bom, me segurei, poderia estar preso hoje.
    

Cuidado com ela!!!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ad. de Insalubridade na área Calçadista

Minha Opinião
     Já faz um bom tempo que as empresas do ramo calçadista estão se empenhando na proteção do trabalhador, se preocupando com a sua saúde e gastando os "tubos" com  EPI's (Equipamento de Proteção Individual).
     Aí vem o "Senhor Perito" dizer que aquele Creme de Proteção (gente, certificado pelo Ministério do Trabalho), não protege o trabalhador, que não tem validade, porque o trabalhador pode suar, o trabalhador pode esfregar a mão e o creme "sumir", que o creme é invisível e o trabalhador não sabe se ainda tem ou não, que o trabalhador não passou creme "embaixo da unha" (pode?) e blá, blá, blá...
       E... Pimba... Sentença: "condenado...".
      E o empregador que gastou os "tubos" em EPI's, gastou tudo em vão, porque a preocupação com a saúde não conta quando se vê "$$$$$$" pela frente.
      Olha, eu comecei a trabalhar com 12 anos de idade, pasmem, "passando cola no sapato". Foi no interior, muito pela necessidade, mas também porque todos os meus amiguinhos também já trabalhavam e eu também queria.
      Hoje estou com 45 e não fiquei "débil mental" e nem "retardado" por causa disso. E nunca recebi nenhum telefonema do tipo: "lembra o Paulinho? Pois é, caiu um braço dele por causa da cola."
      Talvez as empresas precisem urgentemente "robotizar" estes processos. E os trabalhadores? Bem, estes devem procurar os que estão acabando com os empregos.


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Bons Tempos...

Sentença proferida em Sergipe em 1833


"O adjunto de promotor público, representando contra o cabra Manoel Duda, porque no dia 11 do mês de Nossa Senhora Sant'Ana quando a mulher do Xico Bento ia para a fonte, já perto dela, o supracitado cabra que estava de tocaia em uma moita de mato , sahiu della de supetão e fez proposta a dita mulher, por quem queria para coisa que não se pode trazer a lume, e como ella se recusasse, o dito cabra abrafolou-se dela, deitou-a no chão, deixando as encomendas della de fora e ao Deus dará. Elle não conseguiu matrimônio porque ella gritou e veio em assucare della Nocreto Correia e Norberto Barbosa, que prenderam o cujo em flagrante.

"Dizem as leises que duas testemunhas que assistam a qualquer naufrágio do sucesso faz prova. CONSIDERO que o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento para conxambrar com ella e fazer chumbregâncias, coisas que só marido della competia conxambrar, porque casados pelo regime da Santa Igreja Cathólica Romana; que o cabra Manoel Duda é um suplicante deboxado que nunca soube respeitar as famílias de suas vizinhas, tanto que quiz também fazer conxambranas com a Quitéria e Clarinha, moças donzellas; que Manoel Duda é um sujetio perigoso e que não tiver uma cousa que atenue a perigança dele, amanhan está metendo medo até nos homens.

"CONDENO o cabra Manoel Duda, pelo malifício que fez à mulher do Xico Bento, a ser CAPADO, capadura que deverá ser feita a MACETE. A execução desta peça deverá ser feita na cadeia desta Villa. Nomeio carrasco o carcereiro.

"Cumpra-se e apregue-se editais nos lugares públicos.

Manoel Fernandes dos Santos
Juiz de Direito
Vila de Porta da Folha (Sergipe)

15 de outubro de 1833

                                                                         crédito:  bahia notícias

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Comprou o Canudo ...

    Por milagre a 1ª reclamada estava presente, nos acompanhando nesta audiência. Antes não tivesse comparecido, já que a defesa apresentada era um "horror". Bom, podia piorar? Podia!
     Depois da presença das partes e como não haveria acordo, o Juiz solicitou a "defesa" à procuradora da 1ª reclamada. E ela "se fazendo", começou a mexer na pasta, nos papéis ... e o Juiz: " a defesa doutora!". Aí ela alcançou um maço de papéis ao magistrado. - mas doutora, isso é a petição!?!?
     Ela, toda sem jeito (e sem saber onde estava) não é que pergunta para a procuradora da reclamante: - mas não é a senhora que faz a defesa, doutora?
     Bom, todo mundo se olhou, o Juiz também olhou e ela também olhou.
     Começou a despejar todos os papéis em cima da mesa, até que ... - a defesa, excelência!
     Antes tivesse ficado em casa (ou voltado pra faculdade).

Eu não vou ver tudo ...


Que medo!!!!!


terça-feira, 13 de outubro de 2009

O Empresário e a Amante

     Daquela instrução eu não queria participar. Era por demais constrangedora e poderia acontecer de tudo. A audiência já havia sido adiada por diversas vezes. A reclamante, parece, não batia muito bem das idéias. Estava interditada.
     Mas naquele dia não seria adiada. Todos sabiam. E me preparei, dentro do possível.
     A reclamante, todos sabiam, tinha um caso com o dono da empresa.
     Ela pressentia que poderia ser demitida a qualquer momento. Segundo o relato dos mais antigos na empresa, ela teria se "atirado" de uma escadaria e se quebrado toda. Taí, dessa forma estava assegurado o emprego.
     Voltando ao dia da instrução: o empresário já havia falecido e a reclamante não respondia por si (provavelmente fruto do "mergulho" da escadaria) e estava acompanhada por uma parente sua.
     O juiz começa a fazer perguntas e ela responde conforme o seu interesse. Não parecia estar "fora da casinha" naquele momento.
     Chega a minha vez. O juiz pergunta: se a reclamante tinha relações íntimas com o empresário falecido? Ao que eu respondo: sim, eles eram amantes!
     A reclamante quase teve um chilique na mesa. Sua acompanhante teve que segurá-la e acalmá-la. Naquela hora acho que enlouqueceu de vez.
     Até hoje não sei o resultado da sentença. Sai antes.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Sumaríssimas

     O Juiz manda entrar a testemunha do reclamante. Depois de qualificar a mesma, pergunta: o senhor é amigo do reclamante? Ao que a testemunha, simplória, responde: siiiimmmm! O Juiz, para tirar a dúvida, insiste: mas o senhor é amigo, assim, de se visitarem? E o taura tira a dúvida: siiimmm, nóis se criemo junto! O Juiz só olhou para o advogado: vamos ouvir o próximo?
                                                                       colaborou: Dra. Maria Gorete

     O Juiz encerra a audiência, manda imprimir a ata e assina. Passa a ata para o advogado do reclamante, este assina e passa para o reclamante também assinar. O reclamante assinou e olhou, olhou e anotou a data daquele dia, em cima da assinatura do Juiz e devolveu a ata. O Juiz, quando viu a ata teve que rir e viu que a sua assinatura havia induzido o reclamante a anotar a data. É que sua assinatura é algo parecido com um risco deitado e dois risquinhos em pé, paralelos, dando a impressão de local para anotar a data ( ___/___/___). Se vê de tudo...
                                                                       colaborou: Dra. Regina 

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Isto Não Aconteceu, é Piada Mesmo

     Um juiz, escandalizado com um erro crasso de português na petição de um advogado, comenta com um professor de direito: - Inacreditável, ele escreveu "esselentíssimo juiz". Não deve ter sido seu aluno...
     Ignorando a ironia, o professor responde: - Foi meu aluno sim. Mostre-me onde está o erro ortográfico.
     - Ora meu caro, acaso você não sabe como se escreve a palavra excelentíssimo?
     Acredito que a expressão pode significar duas coisas diferentes: Se o colega desejava referir o tratamento formal dado aos juizes o erro ortográfico efetivamente é grosseiro. Mas se fazia alusão à morosidade da prestação jurisdicional o equívoco reside apenas na junção inapropriada de duas palavras. O certo, então, seria dizer: "esse lentíssimo juiz".

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Tentou se Safar

     Sentados à mesa de audiências, eu e minha, se posso chamar de minha, advogada, já sabíamos que a 1ª reclamada não compareceria, como já não havia comparecido em tantas outras.
     Enquanto a Juíza faz a presença das partes, não é que o advogado da 1ª reclamada dá uma "espiadinha" na porta, abrindo-a e fechando-a, rapidamente? Mas eu vi.
     E ele sabia que era a nossa audiência, pois já havíamos feito diversas outras, com a mesma 1ª reclamada.
     Falei para minha advogada e ela relatou para a Juiza que o advogado da 1ª estava no salão e que tinha aberto a porta, olhado e se mandado "sorrateiramente".
     Claro, quando viu que o dono da 1ª não se encontrava, não queria assumir a bronca sozinho.
     Imediatamente a Juíza solicitou que o auxiliar o chamasse. Não demorou muito e ele entrou, meio, meio não, todo sem jeito.
     Entrou, sentou do meu lado, cochichou alguma coisa pra disfarçar e ali ficou, com aquela cara de sempre.

Bom Dia Excelência!

     Naquela tarde seria a primeira audiência da pauta. Ainda mais com aquele Juiz, que não atrasa, estava eu lá, de prontidão, até bem antes do horário.
     Bateu 13:30hrs., o pregão e eu o primeiro a entrar na sala. Não havia mais ninguém, além do Juiz e seu auxiliar digitador.
     Entrando sala a dentro eu disse, em alto e bom tom: "Bom dia!".
     O Juiz só olhou para mim e respondeu: "Eu não sou aroeira para me dar bom dia!?!, Boa tarde!".
     Acontece...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Juiz tinha razão

     Certa vez, sentado em alguma das inúmeras varas da Justiça do Trabalho de Porto Alegre, a instrução está para sair. Era mais um caso de motorista que faz entregas e não tem hora para retornar.
     O Juiz pergunta aos advogados se querem ouvir as partes. A advogada que me acompanha responde que não. O advogado do reclamante responde, adivinhem, que sim. O Juiz, com a calma e tranquilidade que lhe era peculiar, olha para o advogado do reclamante e diz: "mas doutor, porque ouvir o preposto, olha para a cara dele, tem cara de experiente, o senhor não vai conseguir tirar nada dele!". Todos ficaram surpresos, ainda mais eu, mas o advogado foi teimoso: "não Excelência, eu insisto, eu quero ouvi-lo."
     Ok. Começaram as perguntas. E eu, tranquilo e sereno, respondendo tudo sem maiores sustos. Algumas perguntas depois: "sem mais perguntas, Excelência.".
     Voltei para o meu lugar à mesa e o Juiz falou ao procurador do reclamante: "eu não disse que o senhor não iria conseguir tirar nada dele?".

     

    

Pequeno engano do advogado!?

     Estava eu sentado na sala de espera, aguardando ser chamado para a audiência. Seria a próxima e até então não tinha visto o reclamante em meio a aglomeração de pessoas. E o seu advogado caminhava de um lado a outro, parecendo preocupado.
     Os alto-falantes anunciam, eu entro na sala, acompanhado do advogado da empresa, entra também o advogado com o reclamante. Bom ele apareceu!
     Sentados à mesa, o Juiz solicita as credenciais e pergunta se há possibilidade de acordo. Mas antes disso eu estava "cabrero" com o reclamante. A foto de sua ficha de registro não combinava com a figura ali sentada.
     Os procuradores já estavam discutindo valores para acordo, quando disse em voz baixa para meu advogado que achava que aquele não era o reclamante.
     O advogado olhou para o reclamante e perguntou se havia trazido sua carteira profissional e este respondeu que sim, colocando-a sobre a mesa. O advogado pegou, olhou o nome: "mas você não é o...?".
     Bom, o advogado do reclamante ficou ruborizado, pediu desculpas e a ação foi arquivada.

     E você já passou por alguma situação parecida? Deixe seu comentário.